sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Suassuna, Caetana e Eu

Num dia desses
reencontrei as palavras.
Foi Suassuna,
e a paga de seu
acordo com Caetana.
Naquela noite
longa prosa
voz solta
pronuncias à moda antiga.
Bom sono,
presente para o novo dia.

Nos dias seguintes
Tertuliano e Caboco Capiroba
faziam das suas nos meus pensamentos.
Afinal, há que se considerar
disputar um lugar no puleiro das almas ou
sair por aí a sobrevoar ondas de mar.
Aos poucos quem quis se fazer palavra
foi ela, aquela que reclama às greves dos correios
pois é afeita ao cumprimento de prazos.

Logo tive vontade de ter com Saramago um parleur,
afinal ele deu a Caetana algumas fraquezas:
afeiçoar-se às volições e pulsões humanas...
Decidi.
Vou ler Jangada de Pedra.
Por quê?
Para distraí-la.
Dar-lhe o gosto de experimentar
a vida narrada,
até o absurdo.
Quem sabe ela deixa para lá este negócio
tão milimétrico, certinho e bem marcado
e se afeiçoa a alguns gostos que tenho.
Curiosa,  ela pode querer conhecer mais
das coisas de aqui!


Diálogos entre personagens de Ariano Suassuna, João Ubaldo Ribeiro e José Saramago.