terça-feira, 10 de abril de 2012

O afiador de facas



Hoje pela manhã passou por aqui o afiador de facas.
Tão acolhedor este som.
Generosos e conhecidos sons.
Correria e falação dentro de casa.
Portões de ferro rangendo. Vizinhas a chamar por sobre os muros. 
Pedidos de solidariedade e paciência. 
Há muito o que afiar: facas de carne, alicates de unhas, tesouras de costura, tesouras de cortar grama, de podar rosas e outros instrumentos de cortar e cozer.
Vozerio de crianças em procissão. Todos querem ver o espetáculo.
Duas esferas giram. Uma grande, outra menor. Uma ao lado da outra, uma quase junto da outra! 
As esferas e a bicicleta amarela sob um pé, em pirâmide, amolam as facas pra lá e prá cá, prá lá e prá cá.... faca por faca, tesoura por tesoura.
E o afiador? Pedala, pedala e segue sua procissão de fazer amolar nossos sentidos com aquele som desafiador.
Sim, e tudo isto porque passou aqui, agora, o vendedor de Cuzcuz de Taaaapiooooooca!
Porto Alegre, Salvador.
Tão longe, tão perto.  

3 comentários:

  1. Humm...ouvi daqui ...quero uma tapioca. Saudades das andanças pelo Rio Vermelho entre conversas e vestidos coloridos.

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  2. Afiador de facas,
    vendedor de cuzcuz de tapioca,
    Bahia de Todos os Santos, Ladeira
    Praia, Samba de Roda,
    Reggea de Raiz, Capoeira.
    Rio Vermelho a caminho da cidade alta,
    de lá para o Barbalho, Liberdade,
    Ah, que saudade!
    Santo Antônio Além do Carmo,
    o Forte... hoje da Capoeira,
    outrora quase perdido.
    Perdido é como me sinto às vezes,
    aqui no Sul é bom,
    é muito bom...
    Mas não tem Cuzcuz de Tapioca,
    e a muito não ouço ou vejo
    um afiador de facas!

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    Respostas
    1. Ei mano, adorei encontrar vc aqui.
      Traga sua inspiração e venha fazer poesia.
      Um lugar para habitar!
      Heterotopias....
      abçs e saudades,
      Neca

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