Sempre que faço isto é como se as histórias ali contadas
ganhassem vida de novo em mim.
As impressões da primeira leitura
apresentam-se e conversam entre si.
Sou um semi vivente neste burburinho de vozes e narrativas.
Minha atenção está em arranjar beleza,
forjar uma arquitetura para a disposição dos volumes.
Vejam que não é arquivologia o ato.
É necessidade de beleza.
Os personagens falam a olhos vistos
se tiverem espaço, se forem vistos.
Assim, me perco
nesta quase aventura
de fazer o olhador ser capturado pela tagarelice das palavras escritas.
Há brochuras várias, cores muitas, tamanhos diversos,
grafismos, traços, impressões, imagens ...
É impressionante isto. Os livros gostam de serem olhados!
Isto não é uma teoria é uma experiência.
Clarice Lispector na Hora da Estrela diz: Sentir é um fato. Pensar é um ato.
Os livros, quando olhados, fabricam um ethos.
Mas isto é um pensamento, um ato.
Não nos ocupemos agora com teorias.
Os livros gostam mesmo é de serem olhados.
E eu necessito mesmo é de beleza pra viver.
Ah, os livros ...
Ontem organizei os livros de literatura,
hoje fiz meu chimarrão, sentei junto a estante de livros
fiquei olhando, olhando, olhando
Estou, ainda, olhando.
É bom de mais olhar os livros!
Livros gostam de serem relidos, estantes gostam de serem revisitadas. Há muitas re-descobertas nas leituras e visitações. Lindo seu poema! Bjks daqui de Heidelberg cheinha de neve.
ResponderExcluirPor aqui sol, muito sol e saudades de água boa caindo do céu.
ExcluirOs livros na estante dão uma sensação de que tudo é fresco e aprazível.
Por aqui dias de Macondo: muito sol, muito sol e calor.
saudades,
Rô
Dias de Macondo em Salvador???
ExcluirNão creio. Bjks
Vontade de ficar entre livros e depois te encontrar num café para degustar l gostos de letras e saborear palavras ao vento...Saudades
ResponderExcluircomo gostaria que meus livros encontrassem um lugar tranquilo. eles nao para nas estantes, se misturam, se confundem e tornam-se outras coisas. sempre sonho com a paz de livros organizados, cheiros nevados
ExcluirGisa,
ResponderExcluirTambém estou com saudades de ti, de Porto, das ruas acolhedoras do Bonfim e da Cidade Baixa. São gentis mesmo com passantes perdidos que vagam por entre os estabelecimentos sem saber direito para onde ir.
É uma cidade gentil com os sem rumo. Talvez, todas o sejam.