Teve um tempo
que pensava ser um animal
lento, pesado
e com gosto por longas travessias.
Um tipo de baleia bem grande
com aparições marcadas em
latitudes e longitudes precisas.
Mas o bom mesmo era o ruminar do ser baleia.
Isto sim era bom.
A digestão lenta para o viver comum faz tão bem.
Depois as palavras voltaram e de tanto regurgitar
Jonas deixei de ser baleia.
Estranha e impressionante é a natureza humana.
E Ela são muitas.
Vez por outra meu ser baleia faz aparições,
Um corpo para os sentidos feitos d'água.
PRADO, Adélia. A faca no peito. Rio de Janeiro/São Paulo: 2007.
Rô, que escolha grandiosa de devir dessa vez! Acho tão bonita essa imagem que você construiu, todo a referência ao tempo, essa outra grande entidade que nos cerca, e as aprendizagens, para não dizer adaptações, a dele.
ResponderExcluirEngraçado que esses tempos tenho nadado mais e tem sido bom explorar esse ambiente, a respiração, o tempo, tudo vai mudando aos poucos.